Penelope ochrogaster Pelzeln, 1870

Notas taxonômicas

Monotípica (Grantsau 2010).

Português
jacu-de-barriga-castanha
Espanhol
Pava Ventrirrufa
Inglês
Chestnut-bellied Guan

Categoria para a avaliação do táxon no Brasil

Vulnerável (VU)

Critério para a avaliação do táxon no Brasil

C1+2a(i)

Justificativa para critério e avaliação

Penelope ochrogaster é endêmica do Brasil. Atualmente, julga-se que só existam populações representativas em Goiás-Tocantins e no Mato Grosso-Mato Grosso do Sul, somando um máximo de 1.700 indivíduos maduros, divididos entre três subpopulações atuais (menos de 1000 indivíduos maduros em cada subpopulação). O desmatamento é uma ameaça, uma vez que a espécie utiliza principalmente vegetação com dossel contínuo. Considerando-se que a taxa de desmatamento do Cerrado para o futuro próximo será de 1,1% ao ano, infere-se que haverá perda de mais de 18% do habitat em três gerações (17,1 anos). Sabendo-se que há ainda pressão de caça sobre essa espécie e que essa atividade dificilmente é coibida mesmo em unidades de conservação, espera-se um declínio populacional continuado maior que 10% em três gerações. Assim sendo, P. ochrogater foi categorizada como Vulnerável (VU), pelos critérios C1+2a(i).

Histórico das avaliações nacionais anteriores

Vulnerável (VU) B2ab(ii) (Silveira 2008).

Justificativa para a mudança

Não se aplica

> Tipo de registro Sexo Idade U.F. Cidade Em U.C? Data do registro
> Tipo de registro Sexo Idade U.F. Cidade Em U.C? Data do registro
canto primárioIndeterminadoAdultoMGBrasilandia de Minas - 17/07/2018
canto primárioIndeterminadoAdultoMGBrasilandia de Minas - 19/07/2018
canto primárioIndeterminadoAdultoMGBrasilandia de Minas - 17/07/2018

Distribuição geográfica

Ocorre do oeste de Minas Gerais e Goiás ao Mato Grosso (Sick 1997), mas os limites de sua distribuição precisam ser melhor esclarecidos (Silveira 2008).

Ocorrências em UC

  • Área de Proteção Ambiental Cavernas do Peruaçu
  • Parque Nacional do Pantanal Matogrossense
  • Parque Nacional do Araguaia

Registros de Ocorrências

1 - Antas, P.T.Z.; Carrara, L.A.; Ubaid, F.K.; Oliveira-Júnior, S.B.; Ferreira, L.P. 2016. Aves coloniais da Reserva Particular do Patrimônio Natural Sesc Pantanal. Rio de Janeiro: Sesc, Departamento Nacional, 236p. (1)

2 - Brandão, L.G. (coord.). 2011. Plano de Manejo da Reserva Particular do Patrimônio Natural do SESC Pantanal. 2a ed. SESC - Departamento Nacional. 148p. (1)

3 - Cintra, R. & Yamashita, C. 1990. Habitats, abundância e ocorrência das espécies de aves do Pantanal de Poconé, Mato Grosso, Brasil. Papéis Avulsos de Zoologia, 37(1): 1-21. (1)

4 - De Luca, A.C.; Develey, P.F.; Bencke, G.A. & Goerck, J.M. (orgs.). 2009. Áreas importantes para a conservação das aves no Brasil. Parte II - Amazônia, Cerrado e Pantanal. SAVE Brasil. 382p. (8)

5 - Dornas, T. & Pinheiro, R.T. 2011. Aves coligidas por José Hidasi e Manoel Santa-Brígida na Amazônia Tocantinense: implicações para a distribuição geográfica das aves amazônicas brasileiras. Revista Brasileira de Ornitologia, 19(2): 276-301. (1)

6 - Faria, L.C.P.; Carrara, L.A.; Amaral, F.Q.; Vasconcelos, M.F.; Diniz, M.G.; Encarnação, C.D.; Hoffmann, D.; Gomes, H.B.; Lopes, L.E. & Rodrigues, M. 2009. The birds of Fazenda Brejão: a conservation priority area of Cerrado in northwestern Minas Gerais, Brazil. Biota Neotropical, 9(3): 223-240. (2)

7 - Hidasi, J. 1983. Aves de Goiás. Fundação Museu de Ornitologia de Goiânia. 37p. (1)

8 - Naumburg, E.M.B. 1930. The birds of Mato Grosso, Brazil: a report on the birds secured by the Roosevelt-Rondon expedition. Bulletin of the American Museum of Natural History, 60: 1-432. (1)

9 - Olmos, F. 2003. Chestnut Bellied Guan Penelope ochrogaster in the Araguaia Valley, Tocantins, Brazil. Cotinga, 20: 64-65. (2)

10 - Pacheco, J.F. & Olmos, F. 2006. As aves do Tocantins 1: Região Sudeste. Revista Brasileira de Ornitologia, 14(2): 85-100. (2)

11 - Pelzeln, A. von. 1868-1870. Zur Ornithologie Brasiliens. Resultate von Johann Natterers Reisen in der Jahren 1817 bis 1835. Wien: Pichler's Witwe & Sohn. 3 vols, LIX + 462p + 17p + 2 maps. (7)

12 - Pinheiro, R.T. & Dornas, T. 2009. Distribuição e conservação das aves na região do Cantão, Tocantins: ecótono Amazônia/Cerrado. Biota Neotropica, 9(1): 187-205. (3)

13 - Pinto, O.M.O. & Camargo, E.A. 1952. Nova contribui (2)

14 - s da expedi (2)

15 - Sick, H. 1997. Ornitologia brasileira. 3ª. Ed. Nova Fronteira. 912p. (3)

16 - Silveira, L.F. & Straube, F. C. 2008. Aves ameaçadas de extinção no Brasil, p. 378-679. In: Machado, A. B. M.; Drummond, G. M. & Paglia, A.P. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Ministério do Meio Ambiente e Fundação Biodiversitas. v.2, 1420p. (9)

17 - Silveira, L.F. & Straube, F.C. 2008. Aves ameaçadas de extinção no Brasil, p.378-679. In: Machado, A. B. M.; Drummond, G. M. & Paglia, A.P. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Ministério do Meio Ambiente e Fundação Biodiversitas. v.2, 1420p. (15)

18 - Somenzari, M.; Silveira, L.F.; Piacentini, V.Q.; Rego, M.A.; Schunck, F. & Cavarzere, V. 2011. Birds of an Amazonia-Cerrado ecotone in southern Pará, Brazil, and the efficiency of associating multiple methods in avifaunal inventories. Revista Brasileira de Ornitologia, 19(2): 260-275. (1)

19 - Willis, E.O. & Oniki, Y. 1990. Levantamento preliminar das aves de inverno em dez áreas do sudoeste de Mato Grosso, Brazil. Ararajuba, 1: 19-38. (1)

Recuperações no SNA Net (0)
Empreendimentos (0)
Observação Pessoal (0)
Foto (1)
Vocalizações (3)

Mapa

Legenda:
Registros de Vocalizações Registros de Fotos Registros em Publicações
Registros em Coleções Registros em Empreendimentos Registros de Observação Pessoal

População

A população global é menor que 2.000 indivíduos (Olmos 1998 e Antas 2006, ambos citados por Faria et al. 2009). Segundo BirdLife International (2012), há entre 600 e 1.700 indivíduos maduros.

Existem três subpopulações: uma no Pantanal, uma no vale do Araguaia e outra no vale do São Francisco (Silveira 2008). Aparenta ser moderadamente comum próximo a Poconé, no Mato Grosso, onde a pressão de caça é mais baixa (del Hoyo 1994), mas há casos de aparente extinção local em Minas Gerais, onde os últimos registros datam de 1913 (del Hoyo 1994).

Considerando-se que as políticas de ocupação do Cerrado do início deste século serão mantidas, estima-se que será perdido 1,1% de área natural ao ano nesse bioma (Machado et al. 2004).

Informações sobre o registro ARA-FOT-

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Habitat, ecologia e história natural

A maior parte das informações sobre o habitat e os hábitos desta espécie provém de observações realizadas no Pantanal, onde se concentra a maioria dos indivíduos. Pode ser encontrado em diversas formações florestais, como matas secas, semidecíduas, matas ciliares e cambarazais (Silveira 2008).

Solitário ou em pequenos grupos, ocupa as copas das árvores; alimenta-se de frutos e flores de ipês, tarumãs e cipós. Não há dados sobre sua reprodução (Silveira 2008). O tempo geracional da espécie é estimado em 5,7 anos (BirdLife International 2012).

Ameaças

São ameaças à espécie: caça e destruição do cerrado devido aos incêndios florestais e à ocupação pela agricultura e pecuária (Sigrist 2006, Pereira & Brooks 2006). As recentes invasões em algumas unidades de conservação, como o Parque Nacional do Araguaia, certamente prejudicam as populações deste cracídeo (Silveira 2008).

Pesquisas existentes e necessárias

A procura por novas populações é importante, especialmente em Minas Gerais, cujos registros mais recentes precisam ser melhor documentados (Silveira 2008).

Ações de conservação

A proteção efetiva das unidades de conservação onde P. ochrogaster foi registrada recentemente é uma medida importante. Embora não se tenha registro de exemplares cativos, possivelmente, a criação de um programa de cativeiro seja interessante para futuros projetos de reintrodução (Silveira 2008).

Penelope ochrogaster está contemplada no Plano de Ação para Conservação das Aves do Cerrado e Pantanal, cujos objetivos são: diminuir a perda e iniciar a recuperação de habitats, produzindo conhecimento sobre as espécies do PAN. São ações específicas para este táxon, previstas no PAN: identificação e mapeamento de áreas relevantes para implantação de corredores ecológicos nas áreas de ocorrência da espécie e incentivo à criação de unidades de conservação que contemplem populações de P. ochrogaster (ICMBio 2013).