Psophia obscura Pelzeln, 1857

Notas taxonômicas

Monotípica (del Hoyo et al. 2017)

Psophia viridis obscura Pelzeln, 1857
Português
jacamim-de-costas-escuras
Espanhol
Trompetero alioscuro
Inglês
Dark-winged Trumpeter

Categoria para a avaliação do táxon no Brasil

Criticamente em Perigo (CR)

Critério para a avaliação do táxon no Brasil

A2cd+3cd

Justificativa para critério e avaliação

Psophia obscura é endêmica do Centro de Endemismo Belém, atualmente o mais antropizado de toda a Amazônia. A espécie sofreu perda de habitat maior do que 75% em relação à sua distribuição original. É sensível às alterações do seu habitat, a floresta de terra firme, e é muito procurada por caçadores. O desmatamento e a caça praticamente exterminaram esta espécie, estando atualmente restrita à Reserva Biológica do Gurupi e a uns poucos fragmentos nos municípios de Paragominas e Tailândia. A floresta primária nestas áreas remanescentes continua sofrendo degradação e considera-se que não existe mais habitat ótimo para a espécie. A pressão de caça continua intensa e evidências de sua presença em observações de campo são muito raras. Considerando-se a perda de habitat, a pressão de caça, a falta de habitat adequado para a espécie e a degradação prevista para o futuro, infere-se que o declínio populacional no passado foi maior que 80% e que nas três gerações futuras atingirá taxas semelhantes. Desta forma, P. obscura foi categorizada como Criticamente em Perigo (CR) A2cd+3cd.

Histórico das avaliações nacionais anteriores

Em Perigo (EN) B1ab(i) (Oppenheimer 2008).

Justificativa para a mudança

Não se aplica

Nenhuma vocalização encontrada!

Distribuição geográfica

Ocorre atualmente em poucas localidades: Reserva Biológica do Gurupi (Lima & Raices 2012, Lima et al. 2014) e uns poucos fragmentos nos municípios de Paragominas e Tailândia (Oppenheimer & Silveira 2009, Santos et al. 2011).

Ocorrências em UC

  • Reserva Biológica do Gurupi
  • Reserva Extrativista Marinha Mestre Lucindo

Registros de Ocorrências

1 - Aguirre, A.C. & Aldrighi, A.D. 1983. Catálogo das aves do museu da fauna. Primeira parte. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal. 143p. (1)

2 - De Luca, A.C.; Develey, P.F.; Bencke, G.A. & Goerck, J.M. (orgs.). 2009. Áreas importantes para a conservação das aves no Brasil. Parte II - Amazônia, Cerrado e Pantanal. SAVE Brasil. 382p. (2)

3 - Griscom, L. & Greenway, J.C. Jr. 1941. Birds of Lower Amazônia. Bulletin of the Museum of Comparative Zoology, 88: 81-344. (3)

4 - Hellmayr, C.E. 1912. Zoologische Ergebnisse einer Reise in das Mündungsgebiet des Amazonas. II. Vöguel. Abh. Königl. Bayer. Akad. Wiss., Math-Physikal. Klasse, 26(2): 1-142. (4)

5 - Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). 1999. Plano de Manejo da Reserva Biológica do Gurupi. 285p. (1)

6 - Lees, A.C.; Moura, N.G.; Santana, A.; Aleixo, A.; Barlow, J.; Berenguer, E.; Ferreira, J. & Gardner, T.A. 2012. Paragominas: a quantitative baseline inventory of an eastern Amazonian avifauna. Revista Brasileira de Ornitologia, 20(2): 93-118. (1)

7 - Lima, D.M. & Raices, D.S.L. 2012. Primeiro registro de Psophia obscura Pelzeln, 1857 e Dendrocincla merula badia Zimmer, 1934 para a Reserva Biológica do Gurupi, Maranhão, Brasil. Ornithologia 5(1): 39-42. (1)

8 - Lima, D.M.; Martínez, C. & Raíces, D.S.L. 2014. An avifaunal inventory and conservation prospects for the Gurupi Biological Reserve, Maranhão, Brazil. Revista Brasileira de Ornitologia, 22(4): 317-340. (2)

9 - Pelzeln, A. von. 1868-1870. Zur Ornithologie Brasiliens. Resultate von Johann Natterers Reisen in der Jahren 1817 bis 1835. Wien: Pichler's Witwe & Sohn. 3 vols, LIX + 462p + 17p + 2 maps. (1)

10 - Portes, C.E.B.; Carneiro, L.; Schunck, F.; Silva, M.S.E.; Zimmer, K.J.; Whittaker, A.; Poletto, F.; Silveira, L.F.; & Aleixo, A. 2011. Annotated checklist of birds recorded between 1998 and 2009 at nine areas in the Belém area of endemism, with notes on some range extensions and the conservation status of endangered species. Revista Brasileira de Ornitologia, 19: 167-184. (4)

11 - Roma, J.C. 1996. Composição e vulnerabilidade da avifauna do leste do Estado do Pará, Brasil. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas). Universidade Federal do Pará, Belém. 207 p. (2)

12 - Sick, H. 1997. Ornitologia brasileira. 3ª. Ed. Nova Fronteira. 912p. (1)

13 - Silveira, L.F. & Straube, F. C. 2008. Aves ameaçadas de extinção no Brasil, p. 378-679. In: Machado, A. B. M.; Drummond, G. M. & Paglia, A.P. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Ministério do Meio Ambiente e Fundação Biodiversitas. v.2, 1420p. (10)

Recuperações no SNA Net (0)
Empreendimentos (0)
Observação Pessoal (0)
Foto (0)
Vocalizações (0)

Mapa

Legenda:
Registros de Vocalizações Registros de Fotos Registros em Publicações
Registros em Coleções Registros em Empreendimentos Registros de Observação Pessoal

População

Já desapareceu de muitos locais onde a sua ocorrência era conhecida (Porter et al. 2011).

Informações sobre o registro ARA-FOT-

    Autor da foto
  • Local da foto
  • Data da foto
  • Sexo
  • Idade

Habitat, ecologia e história natural

Ocorre em florestas primárias de terra firme. De uma forma geral, jacamins passam a maior parte do seu tempo caminhando, procurando por frutas, invertebrados e pequenos vertebrados no solo da floresta. Reproduzem-se em ocos de árvores, um hábito reprodutivo pouco comum entre os Gruiformes. Os filhotes são nidífugos. Vivem em bandos que podem chegar a 20 aves e empoleiram-se principalmente quando são ameaçados por algum predador (Sick 1997, Oppenheimer & Silveira 2009).

Ameaças

Jacamins são aves pouco comuns, que habitam florestas primárias de terra firme e toleram muito pouco os habitats alterados. A espécie sofreu perda de habitat maior do que 75% em relação à sua distribuição original. Além disso, como são aves um tanto robustas (podem chegar a pouco mais de 2kg de massa) são muito procurados por caçadores, desaparecendo rapidamente também em função da caça (Oppenheimer 2008, Oppenheimer & Silveira 2009).

Pesquisas existentes e necessárias

Atualmente não são desenvolvidas pesquisas sobre esta espécie.

Ações de conservação

Psophis obscura está contemplada no Plano de Ação Nacional para Conservação das Aves da Amazônia, que prevê ações de educação ambiental abordando as ameaças específicas para este táxon (ICMBio 2012).