Pyrilia vulturina (Kuhl, 1820)

Notas taxonômicas

Monotípica (Collar 1997).

Gypopsitta vulturina (Kuhl, 1820)
Psittacus vulturinus Kuhl, 1820
Pionopsitta vulturina (Kuhl, 1820)
Caica vulturina (Kuhl, 1820)
Português
curica-urubu
Espanhol
Lorito vulturino
Inglês
Vulturine Parrot

Categoria para a avaliação do táxon no Brasil

Vulnerável (VU)

Critério para a avaliação do táxon no Brasil

A2c+3c

Justificativa para critério e avaliação

Pyrilia vulturina é endêmica da Amazônia brasileira, sendo restrita ao baixo Amazonas, uma das regiões com maior índice de desmatamento da Amazônia. A espécie apresenta padrões diferenciados de abundância local e é restrita a áreas de florestas primárias. Sua distribuição é sobreposta ao arco do desmatamento e suspeita-se que cerca de 60% de seu habitat original já tenha sido perdido. Infere-se, portanto, que tenha havido um declínio populacional de ao menos 30% nas últimas três gerações (21 anos). Modelagens de perda de habitat sugerem que haverá declínio populacional entre 37 e 54% nas próximas três gerações. Por estas razões, P. vulturina foi categorizada como Vulnerável (VU) A2c+3c.

Histórico das avaliações nacionais anteriores

Não avaliado anteriormente para o Brasil.

Justificativa para a mudança

Não se aplica

Nenhuma vocalização encontrada!

Distribuição geográfica

Ocorre na margem direita do baixo Amazonas, do leste do Pará (região do rio Gurupi) e norte do Tocantins (região de Araguatins) ao leste do Amazonas (Parintins), atingindo o médio rio Tapajós (região de Itaituba) e chegando até a Serra do Cachimbo (Sick 1997, Gaban-Lima et al. 2002, Dornas & Pinheiro 2011, Santos et al. 2011). Esta espécie ocorre em simpatria com Pyrilia aurantiocephala na margem esquerda do médio rio Tapajós (Gaban-Lima et al. 2002).

Ocorrências em UC

  • Floresta Nacional de Carajás
  • Floresta Nacional de Caxiuanã
  • Floresta Nacional de Tapajós
  • Floresta Nacional de Tapirape-Aquiri
  • Floresta Nacional do Trairão
  • Parque Nacional do Jamanxim
  • Parque Nacional da Amazônia
  • Reserva Biológica do Gurupi
  • Reserva Biológica do Tapirapé

Registros de Ocorrências

1 - Aguirre, A.C. & Aldrighi, A.D. 1983. Catálogo das aves do museu da fauna. Primeira parte. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal. 143p. (1)

2 - Aleixo, A.; Carneiro, L.S. & Dantas, S.M. 2012. Aves, p.98-139. In: Martins, F.D.; Castilho, A.; Campos, J.; Hatano, F.M. & Rolim, S.G. (org.). Fauna da Floresta Nacional de Carajás: estudos sobre vertebrados terrestres. Nitro Imagens. 232p. (1)

3 - De Luca, A.C.; Develey, P.F.; Bencke, G.A. & Goerck, J.M. (orgs.). 2009. Áreas importantes para a conservação das aves no Brasil. Parte II - Amazônia, Cerrado e Pantanal. SAVE Brasil. 382p. (8)

4 - Dornas, T. & Pinheiro, R.T. 2011. Aves coligidas por José Hidasi e Manoel Santa-Brígida na Amazônia Tocantinense: implicações para a distribuição geográfica das aves amazônicas brasileiras. Revista Brasileira de Ornitologia, 19(2): 276-301. (1)

5 - Graves, G.R. & Zusi, R.L. 1990. Avian body weights from lower Rio Xingu, Brazil. Bulletin of the British Ornithologistâ (1)

6 - Griscom, L. & Greenway, J.C. Jr. 1941. Birds of Lower Amazônia. Bulletin of the Museum of Comparative Zoology, 88: 81-344. (14)

7 - Hellmayr, C.E. 1912. Zoologische Ergebnisse einer Reise in das Mündungsgebiet des Amazonas. II. Vöguel. Abh. Königl. Bayer. Akad. Wiss., Math-Physikal. Klasse, 26(2): 1-142. (5)

8 - Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). 2004. Plano de Manejo da Floresta Nacional do Tapajós. Volume 1. 580p. (1)

9 - Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). 2006. Plano de Manejo para Uso Múltiplo da Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri. 453p. (1)

10 - ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). 2009. Plano de Manejo da Reserva Biológica do Tapirapé. Encarte 4. 180p. (1)

11 - ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). 2010. Plano de Manejo da Floresta Nacional do Trairão. 319p. (1)

12 - Kasecker, T. 2008. Síntese biológica do Parque Nacional da Amazônia: subsídios para revisão do Plano de Manejo. Relatório Técnico. Conservation International. 60p. (1)

13 - Laranjeiras, T.O. 2008. Distribuição geográfica histórica natural e conservação da ararajuba (Guarouba guarouba - Psittacidae). Dissertação (Mestrado em Biologia Tropical e Recursos Naturais). INPA/UFAM, 114p. (1)

14 - Lees, A.C.; Moura, N.G.; Andretti, C.B.; Davis, B.J.W.; Lopes, E.V.; Henriques, L.M.P.; Aleixo, A.; Barlow, J.; Ferreira, J. & Gardner, T. 2013. One hundred and thirty-five years of avifaunal surveys around Santarém, central Brazilian Amazon. Revista Brasileira de Ornitologia, 21(1): 16-57. (1)

15 - Lima, D.M.; Martínez, C. & Raíces, D.S.L. 2014. An avifaunal inventory and conservation prospects for the Gurupi Biological Reserve, Maranhão, Brazil. Revista Brasileira de Ornitologia, 22(4): 317-340. (1)

16 - Oren, D.C. & Parker T.A. 1997. Avifauna of the Tapajós National park and Vicinity Amazonian Brazil. Ornithological Monographs, 48: 493-525. (1)

17 - Pacheco, J.F. & Olmos, F. 2005. Birds of a latitudinal transect in the Tapajós-Xingu Interfluvium, eastern Brazilian Amazonia. Ararajuba, 13(1): 29-46. (1)

18 - Pacheco, J.F.; Kirwan, G.M.; Aleixo, A.; Whitney, B.M.; Whittaker, A.; Minns, J.; Zimmer, K.J.; Fonseca, P.S.M.; Lima, M.F.C. & Oren, D.C. 2007. An avifaunal inventory of the CVRD Serra dos Carajás project, Pará, Brazil. Cotinga, 27(1): 15-30. (1)

19 - Portes, C.E.B.; Carneiro, L.; Schunck, F.; Silva, M.S.E.; Zimmer, K.J.; Whittaker, A.; Poletto, F.; Silveira, L.F.; & Aleixo, A. 2011. Annotated checklist of birds recorded between 1998 and 2009 at nine areas in the Belém area of endemism, with notes on some range extensions and the conservation status of endangered species. Revista Brasileira de Ornitologia, 19: 167-184. (4)

20 - Roma, J.C. 1996. Composição e vulnerabilidade da avifauna do leste do Estado do Pará, Brasil. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas). Universidade Federal do Pará, Belém. 207 p. (12)

21 - Santos, M.P.D.; Silveira, L.F. & Cardoso, J.M. 2004. Paisagens e Biodiversidade: Uma Perspectiva Integrada para Inventário e Conservação da Serra do Cachimbo (PROBIO Áreas BX026 e BX024), Relatório Final Avifauna. 29p. (1)

22 - Santos, M.P.D.; Silveira, L.F. & Silva, J.M.C. 2011. Birds of Serra do Cachimbo, Pará State, Brazil. Revista Brasileira de Ornitologia, 19(2): 244-259. (2)

23 - Silva, J.M.C. & Pimentel-Neto, D.C. 1997. As Aves, p. 403-415. In: Lisboa, P.L.B. (org.). Caxiuanã. Museu Paraense Emílio Goeldi. 446p. (1)

Recuperações no SNA Net (0)
Empreendimentos (0)
Observação Pessoal (0)
Foto (1)
Vocalizações (0)

Mapa

Legenda:
Registros de Vocalizações Registros de Fotos Registros em Publicações
Registros em Coleções Registros em Empreendimentos Registros de Observação Pessoal

População

Haverá declínio entre 37 e 54% nas próximas três gerações (Bird et al. 2012).

Informações sobre o registro ARA-FOT-

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Habitat, ecologia e história natural

Ocorre em matas de terra firme e em beira dos rios e várzeas, sempre em mata alta (Forshaw & Cooper 1981, Sick 1997). Alimentam-se basicamente de frutos, bagas e sementes encontrados no alto de grandes árvores (Forshaw & Cooper 1981). As partes glabras na cabeça dos adultos, evita possíveis problemas gerados pelo contato desta região com a polpa dos frutos grandes, durante o processo de alimentação, característica observada também nos urubus, que introduzem a cabeça dentro das carcaças dos animais mortos. Esta característica fez com que estas aves fossem mantidas no gênero Gypopsitta por um bom tempo (Sigrist 2006).

O tempo geracional da espécie é estimado em 6,9 anos (BirdLife Interantional 2012).

Ameaças

A espécie ainda é encontrada em fragmentos florestais de médio e grande porte, como nas regiões de Tailândia (Reserva Florestal da Agropalma e Fazenda Rio Capim) e Tomé-Açú (várias fazendas) onde vários grupos foram registrados entre 1998 e 2009 (Portes et al. 2011). Esta espécie não é alvo do tráfico ilegal de animais silvestres (Collar 1997).

Pesquisas existentes e necessárias

Não são conhecidas pesquisas específicas sobre o táxon no Brasil.

Ações de conservação

Pyrilia vulturina está contemplada no Plano de Ação Nacional para Conservação das Aves da Amazônia, cujos objetivos principais são: reduzir a perda e degradação de habitat e o declínio populacional das espécies-alvo até 2018 (ICMBio 2012).